Vacina transporte

Afinal, como é feito o transporte de vacinas?


Por Exame
08/12/2020

Hoje, no mundo, não há um tópico em torno do qual exista tanta expectativa quanto a chegada de uma vacina contra a covid-19. Em meio ao cansaço, ao medo e à falta de contato social que a pandemia trouxe, a aprovação de uma cura contra a doença parece ser a alternativa ideal para apagar todos os males de 2020. Em meio às discussões sobre qual será a vacina escolhida – e quando sua aprovação virá – pouco se fala a respeito de um tópico: afinal, como ela vai chegar a todos os brasileiros?

Algumas pistas para essa resposta já foram dadas. Nas palavras de Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, não se trata de uma logística habitual de vacinação. “Ela precisa ser muito rápida, muito eficiente, tem de ser feito um planejamento eficaz para garantir que a busca pela vacina não gere aglomerações e, assim, contaminação”, afirmou, em um programa de TV nesta segunda-feira (7).

Para entender o que isso quer dizer na prática, é necessário começar – é claro – pelo início: vacinas exigem refrigeração para não perderem seu efeito. A maior parte das que são transportadas utiliza como parâmetro a temperatura de 2°C a 8°C, segundo companhias especializadas no setor.

Não há uma data correta para quando isso foi estipulado, mas trata-se de um entendimento contínuo de que seria uma faixa de temperatura ideal para esse transporte, de acordo com Rene Najera, doutor em saúde pública pela Universidade Johns Hopkins e editor do site History of Vaccines, mantido pela Universidade da Filadélfia.

Contudo, estabelecer essa faixa de temperatura não significa que falte tecnologia (ou conhecimento) para levar de um lugar a outro itens que demandam temperaturas mais baixas do que isso. Hoje, itens com até -196°C são levados pelo país (como vacinas para aves, por exemplo; ainda que numa escala bem menor do que a exigida para a nova vacina da covid-19).

Mas, não é só isso. Segundo companhias especializadas logística para a cadeia do frio (nicho especializado no controle de temperatura ocorre desde a saída da fábrica e chegando até o destino final), a maior parte dos materiais transportados em temperaturas tão baixas atualmente está relacionada a componentes médicos específicos, geralmente, relacionados a materiais biológicos – como produtos para oncologia, por exemplo.

Ou seja, não se trata de algo novo. Para garantir que o material transportado chegue ao seu destino na temperatura correta, as companhias investem pesado em tecnologia. Sensores são acoplados à caixa onde vacinas são transportadas, aos caminhões que as levam e até mesmo aos navios e aviões para monitorar de forma contínua o estado da carga.

Isso pode ser feito com equipamentos do tamanho de antigos celulares (chamados dataloggers) que fornecem dados completos do monitoramento realizado – e podem ser programados para que, caso a temperatura da carga chegue a 3°C, um alarme seja disparado e o responsável por conduzir a carga possa consertar o problema.

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