Economia mundial pode favorecer Brasil em 2021, diz Mario Mesquita, do Itaú

Por PortalNTC
08/02/2021

Atualmente, o Itaú Unibanco projeta uma expansão de 6,6% para a economia mundial e de 4% para o Brasil este ano

O economista-chefe do Itaú Unibanco, Mario Mesquita, está revendo para cima a sua projeção de crescimento para a economia mundial, num movimento que poderá também mudar para melhor os prognósticos para o Brasil.

Atualmente, o Itaú Unibanco projeta uma expansão de 6,6% para a economia mundial e de 4% para o Brasil este ano.

“Vamos publicar o relatório na semana que vem”, disse Mesquita em entrevista ao Valor. “Dependendo da intensidade da revisão que fizermos para a economia mundial, vamos ter que rever o crescimento do Brasil também para cima.”

A revisão das perspectivas para a economia mundial tem a ver com o grande pacote de estímulo fiscal anunciado pelo presidente americano, Joe Biden, e as chances em torno da aprovação de uma parte majoritária dele pelo Congresso, depois que os democratas ganharam o controle das duas casas do parlamento.

No caso do Brasil, Mesquita diz que os riscos estão balanceados. De um lado há as incertezas sobre o surgimento de novas cepas do coronavírus. De outro, o fato de que a economia tem se mostrado menos sensível à segunda onda da pandemia e também a melhora nas perspectivas de crescimento mundial.

Indicador de atividade

O indicador diário de atividade econômica do Itaú Unibanco tem mostrado a economia “de lado” neste início do ano, sem sofrer a queda profunda que muitos economistas previram com o fim do auxílio emergencial e outras medidas emergenciais fiscais e de crédito.

“A atividade está de lado, está estável, a despeito da interrupção do pagamento do auxílio emergencial”, disse ele. “A gente acha que teve ainda algum efeito de auxílio emergencial em janeiro. Mas fevereiro é já atividade sem esse impacto”, aponta Mesquita.

Segundo ele, a economia não está crescendo mais rápido, mas não está caindo tanto. “Se você levar em conta que a gente está vivendo uma segunda onda de Covid e a retirada do auxílio emergencial, não é tão ruim ver a atividade andando de lado.”

Segundo ele, desde fins do terceiro trimestre o indicador de atividade econômica diária – calculado com base em compras de cartões de crédito e débito – está caminhando em cerca de 90. Na escala do indicador, 100 era o patamar da primeira quinzena de março, antes de a economia ser atingida pela pandemia.

“O PIB do primeiro trimestre provavelmente deve ficar entre queda de 0,5% e alta de 0,5%, alguma coisa assim”, afirmou. “Diria que o PIB do primeiro trimestre com pequena variação, em torno de zero, é bem plausível.”